Depois de ler no blog da
Ariana que este tema preocupava muita gente, decidi também eu falar um pouco da minha experiência...
A alimentação traz gastos inevitáveis a todas as famílias (ou pessoas a solo). Para já, não vou falar de como aproveitar promoções no supermercado, vou falar antes de hábitos.
Como o meu agregado familiar é constituído apenas por mim, o que mais custa é controlar o desperdício e a vontade de comprar já tudo feito (cozinhar para um é muito ingrato!). Acreditem, quando se vive sozinho é mesmo muito difícil controlar a vontade de mandar vir uma pizza ou passar e ir buscar um frango de churrasco...
Mas para tudo há técnicas de sobrevivência. Eu desenvolvi as minhas, que vou partilhar aqui como ponto de partida para refletir. A reflexão, que é o que a maioria das pessoas não pratica, é fundamental para qualquer ferramenta da poupança adaptada à nossa realidade pois o que é bom para o meu vizinho, pode não ser bom para mim. Há que tirar ideias da internet, sim, mas não levar tudo à risca porque acabamos por desistir por ser demasiado exigente...
Primeiro: não consigo fazer menu semanal. Tentei, confesso, mas para mim não deu!
Assim sendo, de manhã decido o que vai sair para o jantar desse dia e tiro do congelador.
Tenho sempre mercearia variada (tomate pelado, massas, arroz, atum, cogumelos, milho, etc...) e sabendo que a base de todo o bom prato português é um bom refogado, tenho sempre cebolas, alho, azeite e louro. Desta forma estou preparada para esta versatilidade que obriga a falta de um menu semanal (e evito de andar sempre a comprar falhas)
Por exemplo, de manhã lembro-me... vou pôr a descongelar lulas. Chego à noite e faço um refogado, guiso-as na panela junto com umas batatas ou acompanho com arroz branco. Ou então grelho-as! (isto também me dá liberdade para ao longo do dia decidir como vou preparar a espécime que deixei a descongelar).
Faço sempre comida para 2 ou mais vezes: não fico preguiçosa para cozinhar, economizo tempo e electricidade! Antes levava para o almoço do dia seguinte com outro acompanhamento. Por exemplo, pegando no caso das lulas: se à noite comia com batatas, fazia um arroz branco para levar. Como agora vou almoçar a casa dos meus pais que é perto do meu novo emprego (melhor presente que o universo me deu!) janto dois dias seguidos o mesmo à noite e/ou congelo refeições individuais para aqueles dias em que a meio da manhã me lembro: "Xiiiii! Não deixei nada a descongelar para o jantar!!" (e são bastantes dias destes!). Para estas refeições comprei umas caixinhas pequeninhas para congelar individualmente. Com estas medidas evito gastar dinheiro mal gasto em alimentação pré-cozinhada, take-away e restaurantes pois mesmo que me esqueça de por algo para preparar ou a perguiça grite muito alto, tenho as caixinhas no congelador.
(NOTA: nunca acumular muitas caixinhas no congelador. Tento que não fiquem lá mais que 1 mês)
Quanto ao que cozinho, baseio muito a alimentação em carne de aves e peixe (daquele ultracongelado em alto mar). As minhas escolhas recaem nestes alimentos por uma questão de saúde (as carnes brancas e os peixes fazem muito bem) e por uma questão de €€€ (as carnes brancas são mais baratas e dinheiro para peixinho fresco só quando há promoções). Tento sempre olhar para o que compro e pensar em quanto me ficará o peixe/carne por refeição: se passar muito o 1 € / 1,5 € tento arranjar alternativas.
Abuso dos legumes e da fruta nas refeições e como sabem são muito caros. Neste ponto conto com duas alternativas: a mini-horta dos pais (mas tenho que me limitar ao que têm e quando têm - se é época da couve, tenho que andar 1 mês a comer couve quando as há... :P ) ou então o mercado! Não compro legumes ou fruta em supermercados: são muito (mesmo muito!!!) mais caros e a qualidade (e durabilidade) não é nada por ali além. Tenho mercado na minha cidade aos sábados de manhã e é aí que me abasteço. Opto quase sempre pelas lavradeiras (aquelas bancas que normalmente estão no inicio dos mercados com pessoas que vivem da terra e vão vender as coisas ali) pois, embora os alimentos possam não ser tão bonitos, sabem a caseiro e são muito mais em conta. E ao fim de alguns anos a comprar sempre aos mesmos, volta e meia há uns mimos da parte dos vendedores! ;)
Há muito mais por dizer, mas o post já parece um testamento... Se tiverem alguma curiosidade, perguntem! ;)